sábado, 12 de setembro de 2009

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O sábado trouxe consigo a chuva que insiste em não parar. O jeito é adaptar-se a ela, dias molhados.

Sábado-chuva, mudança de planos, ficar em casa; livro, filme e pipoca, ficar de preguiça, sem compromisso e a toa.

E por que hoje é sábado, chove e faz frio, que tal um pouco Adélia Prado!

mk


Meditação à beira de um poema



Podei a roseira no momento certo
e viajei muitos dias,
aprendendo de vez
que se deve esperar biblicamente
pela hora das coisas.
Quando abri a janela, vi-a,
como nunca a vira
constelada,
os botões,
Alguns já com rosa- pálido
espiando entre as sépalas,
jóias vivas em pencas.
Minha dor nas costas,
meu desaponto com os limites do tempo,
o grande esforço para que me entendam
pulverizam-se
diante do recorrente milagre.
Maravilhosas faziam-se
as cíclicas perecíveis rosas.
Ninguém me demoverá
do que de repente soube
à margem dos edifícios da razão:
a misericórdia está intacta,
vagalhões de cobiça,
punhos fechados,
altissonantes iras,
nada impede ouro de corolas
e acreditai: perfumes.
Só porque é setembro
Adélia Prado

9 comentários:

  1. Não há como nos adaptar às circunstâncias do tempo. O truque, é saber tirar partido da situação.

    Lindo poema, esse da Adélia Prado!

    Bom domingo,
    CR/de

    www.carlosribeiro-photos.blogspot.com

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  2. e viajei muitos dias,
    aprendendo de vez
    que se deve esperar biblicamente
    pela hora das coisas.

    Este é meu santo aprendizado de todos os dias!

    Lindo poema, Adélia e tu...

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  3. Obrigado Nice, por passar aqui!
    Abraço ;)
    MK

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  4. Realmente Paloma, é um poema lindo!
    Muito bom tê-la aqui!
    Seja bem vinda
    Abraço ;)
    MK

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  5. É isso Carlos, saber tirar proveito da situação!
    Bom tê-lo aqui meu querido!
    Abraço
    MK

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  6. Andréa, voce sempre tão meiga. Adoro quando voce vem!
    Bj meu!

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