sábado, 4 de julho de 2009

Animal


Amor verbo encarnado;
Um pedaço de filme;
Um close fechado;

A noite vai fria sem voce do lado;
Matizes de dor brindando o passado;
Cravado na carne, alguém tatuado;
Um gosto de faca, um corpo cansado;

O vento belisca a janela;
O silêncio arranha o quintal;
E dentro de mim grita um animal;

Amor, verbo encarnado;
Um pedaço de filme;
Um close fechado;

Um deserto, o Saara, a sede e a fome;
Nada preenche o lugar desse homem;
Que me enlouquece, meu corpo padece;
Não foge, não some;

O vento belisca a janela;
O silêncio arranha o quintal;
E dentro de mim grita um animal;

Mas logo escurece o meu corpo padece;
O tempo fecha, lá vem temporal.
Rodrigo Bittencourt

Nenhum comentário:

Postar um comentário