quinta-feira, 4 de junho de 2009

Paixões Diagonais

Do que fala a madrugada
O murmúrio na calçada
Os silêncios do licor
Do que fala a nostalgia
De uma estrela fugidia
Falam de nós, meu amor
Do que sabem as vielas
E a memória das janelas
Ancoradas no sol-pôr
Do que sabem os cristais
Das paixões diagonais
Sabem de nós, meu amor
Porque volta esta tristeza
O destino à nossa mesa
O silêncio de um andor
Porque volta tudo ao mar
Mesmo sem ter de voltar
Voltam por nós, meus amor
Porque parte tudo um dia
O que nos lábios ardia
Até não sermos ninguém
Tudo é água que corre
De cada vez que nos morre
Nasce pouco mais além.
João Monge

Nenhum comentário:

Postar um comentário