sexta-feira, 29 de outubro de 2010

[...]

O melhor dia da semana aqui no sul amanheceu com um sol tímido em um céu meio cinzento. Mas é sexta feira dia de ""Botei uma camisa listrada e sai por ai...""
Estou meio corrido, mil coisas a fazer, e não muito afim de fazê-las...mas como nem tudo é doce... vamos lá!!!
Que vale mesmo, é que é sexta feira, meu all star está ali, com o calibre certo prá atirar pro alto e ver o que cai... então logo mais a noite.... voltinha!
E prá ficar tudo bacaninha uma poesia do poeta... Faller, Jacson Faller, o senhor das letras.
mk

Reconstruo teu corpo abstrato

Resconstruo teu corpo abstrato
Dilacerado por tua arte concreta
Procuro em tuas palavras alguma vida
Antes de concluir teu retrato...

Dispenso todo espaço, o comentário, tudo
Tudo que é exposto, cênico e vil.
Observo teu coração senil...
E abdico da amargura, ao fundo.

Não restando contraste algum para o falho,
Invento traços, traças e mazelas...
Inventando deparo-me com o Nada -
Banho em mágoas toda a figura,
Levo ao rosto as aquarelas...
E dou às costas ao espelho.
Faller



quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dia de viver.


Pequenos floquinhos brancos salpicam o céu azul.
Eu acordei pintor...
dono de uma paleta colorida.
Fundo musical Yellow do Coldplay.
Nada de exuberante,
apenas o essencial...
Vida de
viver!!!
mk

terça-feira, 26 de outubro de 2010

... que não sei.

Lá fora o sol brilha,
mostrando que meia tarde se faz.
Meu peito comprime,
feito nó apertado...
Um vazio pára minha história,
que parece não ser minha, mas de um outro!
Sinto saudades de coisas que não sei... sei sentir!
Onda quebra no rochedo,
se desvai em espumas e respingos... molham.
Serei personagem fora de cena,
perdido em cenário alheio?
Hoje não sei... estou com sono.
mk

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sob os refletores


Tinha em minha frente toda uma avenida...
entre esquinas, voce... partia.
Deixando um adeus...
A voz embargada na agonia de um pedido: não, não vá,
ecoava em labirintos internos de torturas.
Voce nem ligou se aqui doía... apenas partia.
Mostrava-se arrogante, virtuose de poderes... eu sofria!
Torres, refletores, meio fio... eu perdido.
Aos pés do museu guardei meus sonhos...
acervo para memória.
A avenida tinha o tamanho exato para nós dois...
agora mostra-se sem fim.
O parque testemunho de alguns carinhos e pecadinhos ,
agora testemunha dor...
Na avenida chove!
Não, não choverei...
pegarei o metro,
partirei também.
Há sempre uma nova estação.
...
E quem perdeu?
Ah... fala sério...não foi eu!!!
Amanhã fará sol na avenida...
Ah... Paulista!!!
mk

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Incidental - Eu... usurpador de palavras.

É claro que eu poderia ter escrito a citação abaixo...
mas como achar as palavras, não sou poeta, nem escritor?!

Ira Buscacio

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Eu espero...


Cumplice



O vento brinca com a cortina
que se deixa voar...
afinal o quarto está vazio.
Já não há pecado, amor ou saudade
... já não há lágrimas,
nem lençol suado,
apenas a cortina,
que brinca ao vento na solidão,
já não protege o amor.
Resta apenas a claridade, e arde!
Cansada acaricia o chão,
e espera...
Espera ser cumplice de dois
e rasgar a solidão de um!
mk

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Nunca Mais Verei Seu Rosto Amado...


Entardecia. A brisa forte do outono varria as alamedas, espalhando as folhas secas que caíam das árvores amarelecidas, e os raios de sol que se filtravam por entres as nuvens cinzentas não conseguiam aquecer os raros transeuntes que caminhavam por entre as campas naquele domingo.
Com um maço de flores entre as mãos, um cavalheiro bem vestido, revelando sua linhagem nobre, procurava um nome, lendo atentamente as inscrições das lápides.
Finalmente, parou.


Aqui jaz
Suzanne Ferguson,
deixou a Terra em 30 de setembro de 1906.

Seus olhos encheram-se de lágrimas. Por seu rosto amadurecido passou uma onda de emoção.
Finalmente a encontrara. Finalmente tinha notícias. Ela estava morta.
Como sonhara com o momento do reencontro! Como buscara por toda parte a sua figura amada! Tudo inútil.

** Quando a vida escolhe
Zibia gasparetto pelo espírito de Lucius

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Para um dia cinza... azul!



Ontem o dia foi de correria.
Levar tela pro museu,
voltar correndinho pois o bicho do atelie pegou....
uma limpadinha rápida no espaço,
e a vontade de fazer arte... Uhuuhhh!!!
Mais uma obra pronta!
Essa minha linda vida de artista...amo!
Hoje o dia nasceu cinza-chuva,
bastante escuro,
alguns trovões quebram o silencio...
eu estou azul,
tinha planejado um dia de sol,
mudanças se faz necessário...
vou pro atelier...
esquecer do mundo,
um arteiro-artista
ruminando idéias,
dando vida ao estático.
Sonhando-vida-artista
enlouquecido no mundo de fermentações... o atelie!
mk


Logo mais tem abertura da exposição no
Museu Histórico de São José.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Horas tortas


Madrugada,
no livro as letras sumiram
está tudo branco,
resta insonia e angustia.
Saudade corta feito faca
a carne que já não sangra.
Na parede, a tortura de um relógio
mostra um tempo estático.
Noite negra!
Tenho medo do escuro.
Sim... desde de criança.
O escuro me deixa pequeno
e o mundo é gigante.
Sou noturno, não escuro!
Gosto da lua, das estrelas.
O cruzeiro do sul me indica o caminho,
como me perder?
Queria andar a deriva...
a deriva de mim... vela sem mar,
mais com um céu gigante para sonhar.
mk

sexta-feira, 1 de outubro de 2010


Cena - Sexta-feira a noite
Ato -balada.
Figurino

Jeans,
camiseta preta
e
all star.


mk



EU ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
CDA