sexta-feira, 31 de julho de 2009

nossas pessoas...

Dias de frio e pouco sol, assim tem rolado o clima por essas bandas.
Semana cheia essa , muita coisa a fazer , e precisava de mais algumas horas acrescidas no dia para dar conta do recado, como não é possível, algumas coisas ficam pendentes para a próxima semana, e assim rola a vida!
Rever amigos é muito bom, e essa semana fui conhecer o novo apartamento de uma amiga, um lugar alto astral, encantador. Pessoa linda, determinada que sabe o que quer e faz um cachorro quente como ninguém. Adorei passar por lá.
É incrível, as pessoas chegam e ocupam um lugar gigantesco em sua vida, e tudo o que voce quer é que elas sejam felizes. Não necessitamos de um contato diário, nem mesmo um telefonema (sou péssimo com telefone), basta sabermos que estão ali e fazem parte da nossa história. São as nossas pessoas, aquelas que fazem nossos dias terem tons e formas, e encantam nossas vidas.
As pessoas que amamos!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Desencontros



De repente surge em minha frente, um amigo querido que não via a tempos, num total desencontro. Mas lá estávamos, juntos agora, por um acaso feliz do destino. Entre assuntos, me pergunta: como está sua arte? Falar do seu trabalho, não é asssunto que agrada muito ao artista, principalmente numa conversinha de esquina, mas pelo meu amigo...

Bem, estou pesquisando alguns materiais novos e fui destilando minha obra-trabalho para ele como se fosse a coisa mais natural do mundo. E pra mim realmente era. Eis que de repente ele começa a rir, o que me deixou meio indignado, para não dizer puto da cara, e perguntei o que estava causando tanta graça... Ele acelerou na gargalhada, o que me levou a achar graça também, estava eu rindo sem saber do que!


- Tato, como ele me chama, voce já percebeu que falas de arte com um cego?!

Confesso que fiquei constrangido, pois não lembrei que meu amigo é deficiente visual, termo muito preconceituoso segundo ele. Esqueci que o cara, meu querido amigo, era cego. Restava-me pedir desculpa.


-Não Tato, continue, apenas percebi que voce esqueceu que não enxergo, mas estou entendo perfeitamente, não tenho visão, mas consigo trazer para meu mundo o seu.

E isso era realmente impressionante, ele estava fazendo uma leitura de minha obra com o que eu relatava, me levando a perceber: não é isso que buscamos na arte? Levar o expectador a uma visão mais sutil das coisas, sem tanta expectativa de compreensão, mas de sensação. Conclui que estava naquele momento falando com a pessoa certa, afinal a tantos que enxergam e nada veem, por que alguém que não enxerga não pode ver?


Ele corta minhas conclusões para contar-me de um encontro de cegos, surdos e mudos que ele teve em Belo Horizonte, onde haveria a apresentação de um coral de surdos-mudos. Eu, claro, achei incrivel.


- Tato, fizemos uma excurção. Quase 17 horas dentro de um onibus para nos colocarem sentados, novamente, agora num teatro, numa sala escura, onde haveria a tal apresentação. Uma moça, pela voz, deveria ser muito gostosa, anunciou a apresentação do coral de surdos-mudos. Eu já quase 4 horas sentado no teatro fiquei esperando..... esperando.... havia um fundo musical orquestrado para aliviar minha espera, quando de repente ouvi os aplausos incessantes, acabava a aparesentação do coral que executou músicas do Roberto Carlos, usando linguagens de sinais - libra. Fala prá mim .... não foi um programa prá cego dormir?

Foi minha vez de rir, melhor, gargalhar...


Depois de tantos assuntos, resolvi levá-lo para sua casa, uma vez que já estava ficando tarde, e fomos nós... no caminho me disse: taí meu amigo, uma coisa que nunca fiz, dirigir! Rimos muito e prometi ensiná-lo... rsrsrsrs. Pronto,chegamos! Vamos subir para tomar um cafezinho? Convite inrrecusável, para fã de café como eu. Pegamos o elevador, no apartamento, abriu a porta e disse:

- Entre Tato, fique a vontade!

Entrei... a porta fechou-se em minhas costa, ele se dirigiu para cozinha, e eu... eu fiquei em uma sala totalmente desconhecida e no escuro... foi a vez dele cometer a gafe ou vingança?!

mk
*Texto escrito para o blog Gato Ensacado, que tenho a honra de participar a convite de seu criador o Jornalista e Escritor Manoel Soares Magalhães.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Culpa da chuva.

Chuva e frio, assim amanheceu o dia. Nenhuma mudança no clima nessa terra de Santa Catarina, e a nós resta viver, molhado e encarangado! Dias densos, cinzas, um inverno chuvoso, dias assim me deixam introspectivo e saudoso, por vezes até no limite da agonia. Procuro o que fazer para passar o dia... confesso que estou sem inspiração para trabalhar, tentei ir ao studio, mas senti que não ia rolar, então é melhor deixar quieto. Ler é sempre uma boa opção, mas concentração está zerada, me perco em pensamentos vagos, além-livro, estou acelerado e sem direção. Culpa da chuva, que me pegou desprevinido, esperava um dia azul e ele apareceu cinza. Um verdadeiro dia filho da puta. E por falar em puta, aí vai um texto de uma que se deu bem.
mk


As putas também amam


O acaso das estradas quer que, numa noite de espetáculos, a egéria loira de boca sangrenta realize, afinal seus sonhos de bordel. Encontra um criador de touros de corrida que faz sua excursão de inverno pelo norte tratando dos negócios de corrida para o verão seguinte. Um homem de verdade. Versado nos hábitos de antanho. Colete de veludo de seda verde e vermelho atravessado por grossa corrente de ouro, chapéu preto de feltro com fita de cetim, botas dominadoras. Um espécime raro. Despertadas em sobressalto, as mamas da apresentadora põem-se a tremer como duas tigelas de leite coalhado, proeza inédita até aquele dia, que lhe assegura enorme sucesso. Grande conhecedor de animais bonitos, o criador de touros atira-lhes aos pés um ramo de crisântemos tristes ( é a estação) acompanhado de um gordo maço de notas. As pessoas aplaudem, tocadas em pleno coração por essa inesperada romança de feira. As mulheres, sobretudo, insistem em ser aquela a única maneira honesta de travar conhecimento em público. É evidente que as intenções são honestas e não salazes.
A.G.A.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

[...]


Um final de semana tranquilo, assim foi o que passou, sábado estive matando a saudade de Santo Antonio de Lisboa, lugar que adoro, e algum tempinho não aparecia por lá. Um passeio sem risco de arrependimento, o lugar é fantástico, com suas ruas e casarios cheios de histórias, sem falar na paisagem, um por do sol lindíssimo. E sempre rola uma comprinha na feirinha, cheia de coisinhas bacaninhas feitas pelos artesões, e eu adoro isso!! Já o domingo, dia bastante nublado ameassando uma chuva que não caiu, mas deixou uma sensação térmica bem mais fria, a Lagoa era uma opção, ver o que estava rolando por lá num domingo nublado e sem graça. Como sempre a Lagoa é contagiante, muita gente e muita coisa prá fazer, mas o friozinho pedia prá voltar para casa e se aninhar nos cobertores, o que ocorreu, e assim foi o fim de semana, tranquilo e recarregador.

Baterias recarregadas agora é respirar fundo, e deixar que a semana venha com suas surpresas.
Vem contudo que estou pronto...


Que tal um banho cheiroso prá começar a semana com o pé direito?



Banho Cheiroso


Voce deve tomar banho cheiroso
Prá acabar com essa mofina
e o corpo ficar jeitoso
Voce sente uma moleza
sem ter doença nenhuma
Tem a vida atrapalhada
não consegue coisa alguma
Então ouça o meu conselho
ele é muito valoroso
pois não perca mais seu tempo
E tome um banho cheiroso
Voce deve tomar banho cheiroso
Prá acabar com essa mofina
e o corpo ficar jeitoso
Ele é feito de tipy
pau de angola e puxuri
leva trevo de mulata
e também patchouli
jardineira, pataqueira
e também manjericão
leva rosa todo ano
amoníaco e açafrão
Voce deve tomar banho cheiroso
prá acabar com essa mofina
e corpo ficar jeitoso
Antonio Viera

Agora se isso não dar jeito, não tem outra, procura um pai de santo e manda ver!
Boa sorte e boa semana!

domingo, 26 de julho de 2009

Junto ao mar


Olha o sol desta manhã
Que tudo faz brilhar
Num dia tão azul difícil te esquecer
Pensei em te escrever
Por me sentir tão só
Faz frio junto ao mar
E o tempo não parou
Estranho é o amor
Quando já não está
Salta aos olhos o azul
Eu nunca vi chorar
Teus olhos desta cor
Frios como o mar
A onda vem e vai
Que horas são?
Eu já nem vejo mais o sol
E o tempo não parou
Estranho é o amor
Quando já não está
Karyme Hass

sexta-feira, 24 de julho de 2009

... vem o sol

Os dias cinzas foram embora, dias tristes com cara de doente, nada tinha o brilho habitual, apenas cinza. Nasce uma sexta-feira com um sol para aquecer e secar o dia. Tudo aqui é festa os passarinhos estão na maior algazarra com seus cantos celebrando o dia-sol.
[... É de manhã, vem o sol e os pingos da chuva ainda estão a brilhar...]
Junto com esse dia nasce um animo novo, que escorre pelas mãos cheias de vontade. Vontade de viver a alegria do dia-sol. O frio continua intenso, mas não há a vontade de ficar entocado, há sim uma vontade louca de viver, fazer, de ir atrás dos sonhos. Sexta-sol.
Levantei cedo, tenho esse hábito, preparei um café e fui ver a vida lá fora, encher as garrafinhas dos beija-flores, dar comidas aos pássaros, tenho vários, todos chegam aqui, comem me emprestam os seus encantos e cantos, [um verdadeiro bom dia], depois seguem com suas vidas, voltando ao final do dia, completando a rotina diária.
Abri meu studio [...deixa o sol entrar...], rabisquei algumas coisas, algumas delas ganharão vida outras continuarão rabisco, rotina do studio-artista.
Com o dia já programado, é só por em prática, e fazer valer esse dia em que o sol apareceu redondo e amarelo para aquecer nosso corpo e nos encher de esperança.
É isso...
mk
[...]
Com a chuva e o frio de ontem, nada melhor que ficar em casa na companhia de seus cobertores e livros. Dia bom para retomar as leituras, o que fiz.
Terminei a leitura do livro Ana-Não, indico, trata-se de uma história amarga e triste.
Relata a coragem de uma mulher-mãe, com seus setenta e poucos anos de vida , que aventura-se a seguir caminhando para o norte da Espanha, para fazer a derradeira visita ao seu filho, condenado a prisão perpétua. Mãe-Mulher-Coragem, que perdeu seu marido e dois filhos para a guerra, o terceiro filho, o menino, prisioneiro de guerra, prisioneiro pérpetuo.
Mulher com mais ou menos um metro e cinquenta com seus setenta e poucos anos de vida, frágil? Nada! Uma leoa, força e coragem.
O livro é um verdadeiro soco no estômago. Eu adorei.
mk


As mil chuvas de outono, que morrem tão logo nascem, entristecem as duas primeiras semanas de novembro. Tudo é cinzento, cascalheira e carvalhos, aldeias e terras aradas, cumes e rios. Uma preguiça malsã e doentia parece haver subjulgado o sol, que deita cedo e se levanta tarde, e não chega a abrir completamente os olhos. Às vezes, dá a impressão de ter sido arrancado à força da cama e vinga-se carranqueando, atirando apenas um olhar furtivo às planícies e aos vales. Logo, esgotado por tanto esforço, torna a deitar-se cobrindo-se até às orelhas. A terra não tem sombra, as árvores já não são duplas, uma em pé, outra deitada. O vento arremete à terra, uivando na paisagem crepuscular que o sol está doente. A natureza faz o seu circo. Como se anunciasse o reino das trevas.
Ana-Não - Augustin Gomes-Arcos - 1976

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Esperança


Palavras calam
DeSlocadas
Esperanças.
sonhos...

Enfraquecidas
querem
resistir...
gritar

E voce
lembrará do que eu disse?
... foi momento único.

e eu...
o
longe...
Querendo acreditar.
mk

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ahff... que chato!


Amanheceu quarta-feira, nublada e sem graça, o sol dá uma espiadinha e foge, sol fujão este.

Mas é um dia novo, essa coisa de os dias serem iguais, é coisa de marmota. Nada de ontem está igual hoje, os acontecimentos podem até se repetirem, mas não terão a mesma intensidade, por isso nada de igualdade(rima não proposital). Acontecimentos , precisamos de novidades nos nossos dias, boas claro, as ruins tem um péssimo hábito de se repetirem, ainda bem que existe a tal da intensidade que amenisa a coisa, quando não piora! Mas queremos o bom, o ruim deixa off.

E por falar em off, ontem na Ásia o dia ficou off, com o maior eclípse do século 21, um gigantesco acontecimento para o mundo científico, babado novo pros cientista tagarelar, mas eu estou aqui no sul da América do Sul, no sul de um país chamado Brasil (acabei de descobrir que sou um cara do sul) ansioso por um momento histórico em minha vida, não precisa ser algo espalhafatoso, um premio da sena já me faria feliz, e levaria esse cara do sul a conhecer o continente Asiático, fala sério não seria show!

Mas voltamos a realidade da quarta-feira nublada e sem graça, um verdadeiro dia cinza. Dias cinzas deixam tudo cinza até o ar não consegue se purificar. Isso me fez lembrar São Paulo, lugar que adoro e estou com uma saudade gigante, que se acentuou ontem quando ouvia no carro o cd de uma cantora novíssima pelo menos prá mim, não a conhecia, Karyme Hass e estou extremamente apaixonado por ela, o cd é ótimo e indico, numas das faixas ela canta: Desço a Consolação só prá coincidir, leio manchetes por aí... É o bastante para alguém que está morrendo de saudades querer sair correndo para Sampa. Mas é quarta feira, o dia está cinza e acordei com uma vontade de comer pudim de banana, sei cozinhar, preparei o pudim e coloquei no forno para assar, mas não irei comer, pois enquanto minha pessoa escrevia este post para o blog, lá no forno, o pudim queimou, sobrando uma forma preta e cascuda prá lavar. Agora diz prá mim esses dias cinzas não são chatos?
Dia cinza e chato espero que melhore, vou lavar a forma...
mk

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Simples assim


Pensando bem o que é a vida, se não momentos seguidos de acontecimentos.

Buscamos feitos loucos a tal da felicidade, e esquecemos de admirar nossos momentinhos, é, aqueles mesmos, que vezes de tão pequenos deixamos passá-los sem grandes registros. Em nosso egoísmo queremos algo grandioso, que faça uma diferença marcante e nos eleve a um clímax inesquecível, deixando fugir sem registro algum em nossa memória um frágil e feliz momento, que de tão rápido parece mais um flách. Que louco somos, deixamos escapar a felicidade.

Um lindo dia de sol, com um colorido brilhante, nos leva a observar coisas cotidianas, que muitas vezes a falta dessa luz não deixa ver, o cantar de um pássaro, o balançar da cauda de um cão mostrando a alegria de encontrar voce, aquela criança brincando logo alí do seu lado, que sempre esteve por alí mas voce nunca percebeu, são momentinhos, e são seus. O encontro com suas pessoas, o prazer de uma conversa que de tão despretenciosa não leva a lugar algum, mas encantadora naquele momento de total prazer de companhias tão queridas e agradáveis. O brilho nos olhos, um encantamento quando algo tão esperado acontece, as vezes algo simples, como dois patinhos nadando em um laguinho, é seu momentinho, único, esperado, feliz... de felicidade! Um dia comum, corriqueiro, onde nada grandioso acontece, mas pequenos momentos que se não tivermos olhos de "ver" passarão despercebidos, e mais uma vez lá foi a felicidade, e nós loucos, absurdamente loucos, continuaremos a procurá-la...


Uma linda semana-feliz!
mk
Foto: by Cinara
Domingo-feliz
Zezinho, totalmente curado e feliz após um ataque de cão, que levou sua companheira anterior, nadando ao lado de sua nova companhia a pata zezinha. Os bichinhos de Ana Clara.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Ana-Não II

Postei, alguns dias atrás, um texto do livro Ana-Não (1976), de Augustin Gomez-Arcos, livro que estou lendo e que confesso que a princípio tive vontade de deixá-lo de lado, inicia-se com uma leitura chata e melodramática, como quase toda literatura espanhola nos surpreende ao decorrer da obra, persisti na leitura, que bom que o fiz, pois trata-se de uma vida inteira de "mãe" contada em duzentas e onze páginas de angústia, tristeza, amor, poucas alegrias e muita sabedoria, um livro mesmo! Alguns trechos são nojentos-reais, causam ansia de vomito, outros te arrancam lágrimas, essas muito constante.
Quando terminar o livro comentarei mais, na realidade escrevi tudo isso para apresentar um texto que achei bárbaro. Um texto de consciencia-ciúme-amor.

Alguns dias antes do nascimento de meu primeiro filho, chamado, como os outros dois , para continuar a linhagem dos Paúchas, que remontava ao descobrimento das Américas, Pedro começou a deixar o nosso leito, à noite, quando me supunha adormecida. Não me atrevi a fazer-lhe perguntas. Eu dizia a sós comigo que não devia ser muito agradável para um homem dormir ao lado de uma mulher que transpira, que geme quando o filho se mexe, que se deixa entorpecer pelo cansaço e quase já não responde ao boa-noite do amor nem ao bom-dia da esperança. Mas eu sofria.
Por nada. Ele só deixava o leito por amor de mim. Só pensava em mim. Estava fazendo, para mim, um colar de coral. Minha primeira jóia de mulher, que ele mesmo me colocou à roda do pescoço algumas horas antes do nascimento de João, meu filho mais velho. Eu me sentia tão feliz que não tive sequer a força de chorar. Nem de dizer-lhe obrigada.
mk

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Vida-tempo


Corria como fogo a queimar capim seco, era urgente e preciso.

Deixava marcas pouco precisas, marcas de passagens, talves pequenas ranhuras, nada densas, apenas marcas de passagens!
Tempos de ruídos, formações, opiniões passageiras um medo-coragem para as novas descobertas, encontrava-me senhor dos saberes e quereres, pobre senhor! Nada tinha de certo tão pouco racional, dono de uma verdade languida encontrava-me com a cabeça dos meus poucos anos de vida, porém um certo senhor, o dono do mundo das incertezas e certezas fantasiosas... prazeres doces e solitários. Dono de um mundo habitado por paixões secretas, que de tão frágeis duravam pouco mais de um querer. Sonhos absurdos, voar sem asas, o céu como limite, tão pouco!

Corria como a fome a queimar no estomago, algo de urgencia se fazia, descobrir era preciso, sentir também! Era um tempo que ainda escuto o ecoar do tic-tac daquelas horas...
era meu tempo de fome! Ardia todo o corpo, vibrava os músculos num pulsar de existir. Aos poucos me encontrava com as dores do mundo, tão diferente das asas livres do sonhador!

Corro com a força de quem busca a vida, agora real-precisa-urgente com um medo de não alcançar, e uma saudade dos tic-tac que ainda escuto...

mk


Linda Juventude

Zabelê, zumbi, besouro, vespa fabricando mel
Guardo teu tesouro, jóia marrom, raça como nossa cor
Nossa linda juventude, página de um livro bom
Canta que te quero cais e calor, claro como o sol raiou
Claro como o sol raiou

Maravilha, juventude, pobre de mim, pobre de nós
Via Láctea, brilha por nós, vidas pequenas da esquina

Fado, sina, lei, tesouro, canta que te quero bem
Brilha que te quero luz andaluz, massa como o nosso amor
Nossa linda juventude, página de um livro bom
Canta que quero cais e calor, claro como o sol raiou
Claro como o sol raiou.

Maravilha, juventude, tudo de mim, tudo de nós
Via Láctea, brilha por nós, vidas bonitas da esquina.
Flávio Venturine

segunda-feira, 13 de julho de 2009

um dia de 24 horas!


Ontem acabou... hoje faz sol e sopra um ventinho gelado, começa uma nova semana que promete muito sol e frio. O Inverno mostrando para que veio.

Já para fora da cama, há muito o que fazer, hora de agir. Logo cedo bloco de desenho nas mãos e observar e desenhar, necessariamente nessa ordem. Foi aí que constatei que minha grama estava pedindo para ser aparada. Pausa para os desenhos e vamos cuidar do gramado, poda uma plantinha aqui, outra ali, apara a grama , pronto lá se foi a manhã.

Almoço: pizza. Rápido, prático e adoramos. Adoramos afinal somos eu, Kimmy Maria e Keckyo Joaquim a comer pizza, e a fome é grande, três bocão e uma pizza, como chefe da casa ou dá matilha sei lá, não que esteja me qualificando de cão mas de chefe, o pedaço maior é meu claro! Afinal tenho que acabar a arrumação do jardim e ainda retomar meus desenhos, preciso estar bem nutrido, ou melhor alimentado, pois pizza calabreza não nutri ninguém... acumula gorduras. Coisas que o duro serviço de limpeza do jardim vai queimar, zerando a terrivel culpa das gramas, essas de pêso mesmo, a mais que a pizza pode trazer junto com seu delicioso sabor, e que sabor! Adoro pizza, esta de comer deixamos isso bem claro, qualquer outro tipo de pizza, dispenso imediatamente. Adoro pizzas: salgadas, doces, simplesmente adoro!
Terminado o almoço com uma total reprovação de Kimmy Maria e Keckyo Joaquim, pois acharam que comeram pouco, voltamos aos afazeres, afinal já está correndo a tarde, e logo o sol estará indo embora, deixando uma noite escura e fria...

E assim passou mais uma dia de segunda feira de minha vida, nesta terra de Santa Catarina.

mk

*Desenho realizado hoje by M.Kindermann

domingo, 12 de julho de 2009

Domingo-Motivo

Depois de uma semana de chuva, o domingo trás consigo um sol radiante, amarelo e quente, num céu de azul intenso, um lindo dia. Domingo-sol

Eu... eu estou chovendo, com uma saudade enorme de sei lá o que. Domingo-angústia.
mk

Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico ou passo.
Sei que canto.
E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada
Cecília Meireles

quinta-feira, 9 de julho de 2009

um dia comum

Meu lugar
desenho


Arte e Natureza - jardim do studio
desenho




Jardim do studio
desenho



Studio - trabalhar é preciso
desenho - Márcio Kindermann



Chove lá fora
desenho - Márcio Kindermann


Agenda de Artista
deseho e texto poéticos
Márcio Kindermann & Florbela Espanca


O cafezinho
poesia de Fábio Sexugi
mk

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Utopia


Tempo se faz que de tão longe já deixou de ser lembrado: o tempo da delicadeza!
Crucial talvez seria reatar a amizade com esse tempo já findo, talvez picharíamos os muros de nossas cidades com frases e poemas doces, mandariamos flores e nos deliciaríamos com conversas fúteis com nossos vizinhos. Mas nossos tempos são outros, vizinhos não passam de um sorriso amarelado e um bom dia gasto pelo vício. As flores se perdem nos caminhos de disputas e cóleras, nossos muros gritam em guerras, fomes e palavras viciadas de uma ordem inexistente.
Tão bom seria o retorno de tão findo tempo, onde deitaríamos num gramado ensolarado numa tarde de um dia qualquer e olharíamos sorrindo para o estranho ao lado e daríamos o mais alegre e forte boa tarde. Tempo findo que a lembrança não retem, pois as mãos procuram atos e violam regras para um alcance medíocre do tão sonhado se dar bem.
Tão bom seria voltar ao tempo que as pessoas se amavam.
mk
foto Fábio Candeias

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Metade

Incrível como algumas pessoas escrevem exatamente aquilo que voce queria dizer, e por algum motivo não consegue. Oswaldo Montenegro é um desses caras que falam de voce e nem pedem licença, chega e te escracha em público como se nada fosse! mk
METADE
Que a força do medo que eu tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvido e a boca.
Porque metade de mim é o que grito mas a outra metade é o silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja para sempre amada mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor.
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que ouço mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
E que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste e que o convivio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso, que eu me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espirito.
E que o teu silêncio fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para faze-la florescer.
Porque metade de mim é platéia e a outra metade é a canção.
E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é o amor e a outra metade também.
Oswaldo Montenegro

Pensar em voce

Pensar em voce
É só pensar em voce
que muda o dia
minha alegria dá pra ver
não da prá esconder
nem quero pensar
se é certo querer
o que vou lhe dizer
um beijo seu
e eu vou só
pensar em voce
Se a chuva cai
e o sol não sai
penso em voce
vontade de viver mais
e em paz com o mundo
e comigo
e consigo
Chico Cesar





Todos os dias tem seus encantos, hoje segunda feira, amanheceu com chuva e frio, um dia perfeito para ficar enrolado num cobertor assistindo a um bom filme, tomando café e comendo bolinho de banana, perfect day! Mas é segunda, dia de recomeçar a batalha, ficar antenado com o mundo, uma nova semana prá se fazer valer. Afinal já tivemos um final de semana para recarregarmos as baterias. Então vamos lá agir e fazer acontecer que logo-logo estaremos curtindo mais um fim de semana.
Boa semana de conquistas a todos.
mk

domingo, 5 de julho de 2009

tudo de novo - ano novo


Então depois de um dia de domingo especial, estou todo melecado de tantos beijos, pois hoje é meu aniversário. Tinha que vir aqui postar uma fotinho que achei muito bacaninha, uma lembrança de minha deusa das bandas de Vitória, Pataxó.


Que eu consiga tudo aquilo que ficou pendente neste ano que findou, realizar neste novo ano que começa hoje novinho. afinal devo concordar com todos que me parabenizaram "Eu Mereço"! rsrsrsrsrs

Nesta história somente algo me desagrada, estou um ano mais velho, e isso realmente é algo que não quero lembrar!...rsrsrsrs

mk

sábado, 4 de julho de 2009

Animal


Amor verbo encarnado;
Um pedaço de filme;
Um close fechado;

A noite vai fria sem voce do lado;
Matizes de dor brindando o passado;
Cravado na carne, alguém tatuado;
Um gosto de faca, um corpo cansado;

O vento belisca a janela;
O silêncio arranha o quintal;
E dentro de mim grita um animal;

Amor, verbo encarnado;
Um pedaço de filme;
Um close fechado;

Um deserto, o Saara, a sede e a fome;
Nada preenche o lugar desse homem;
Que me enlouquece, meu corpo padece;
Não foge, não some;

O vento belisca a janela;
O silêncio arranha o quintal;
E dentro de mim grita um animal;

Mas logo escurece o meu corpo padece;
O tempo fecha, lá vem temporal.
Rodrigo Bittencourt

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sonha - Ana-Não


Sonha.


Uma escada cinzenta sobe infatigavelmente, sempre mais alta. Sem corrimão, abre-se, perigosa, logo acima de um buraco negro, cada vez mais profundo. Pontilhado de uma multidão de patamares, como terraços fantásticos onde florescem jasmineiros e roseiras. Ela gostaria muito de regar essas plantas, que parecem morrer de sede e reclamar-lhe os cuidados, olhando-a fixamente através das flores murchas. Mas não pode parar, não tem tempo. Cumpre-lhe chegar, a qualquer preço, ao último patamar, onde o carcereiro almoça. Com ele estão as chaves. A ele deve pedir que abra as grades perpétuas da prisão de seu filho. Mas é tão angustiante a escada sem corrimão! E essas flores deformadas, tão abundantes, tão agressivas, que a atraem para o vazio, mais e mais próxima do abismo... Escorrega. Cai. A voragem. Não lhe sobram forças sequer para soltar um grito.
Não acorda. Perde-se no vazio, sem repouso, e agora sem sonhos.

* Do livro Ana-Não de Augustin gomez-Arcos

A vida é assim...


Uma semana cheia, posso assim definir esta que agora está acabando.

Mas também vivi nela momentos inesquecíveis, como o da nossa Ana Clara, feliz da vida no dia em que completou 4 aninhos, a felicidade dela era tanta que confesso fico emocionado até no pensar. Uma festinha linda no coleginho para os amiguinhos e alguns convidados, depois algo bem íntimo na sua casa, em seguida a trouxe para minha, e foi aí que vivi um dos momentos mais lindo e emocionante da minha vida. Felicidade, é felicidade a correr pelo quintal, já se ia o dia, e a noite estava iniciando e Ana Clara corria feliz a cantar, cantando para os cachorrinhos cantando para a vida. Cantava e interpretava aquelas musiquinhas tão infantis quanto ela e eu naquele momento. Meu coração se encheu de uma felicidade indescritível, ao ver tanta felicidade em uma criança, era irradiante. Como presente ele queria uma pata branca, foi difícil mas conseguimos a pata para Ana Clara, que logo se entrosou com o pato já existente, o pato zezinho, e lá estava Ana Clara, zezinho e a pata branca que foi batizada por Ana Clara de zezinha, a correr no quintal de sua casa, uma cena que mereceu registro é claro. Porém sempre os dias seguem, e no dia seguinte a pata zezinha não resistiu ao ataque de um cão que entrou no quintal, deixando o pato zezinho também ferido, mas já está sendo tratado e quem sabe ele sai bem dessa história. A pata durou pouco, mas deixou em todos nós que vivemos esta história,uma lição de amor, felicidade e vida! Outras patas brancas terá Ana Clara, mas a zezinha, essa ficará para sempre em nossa memória.
mk

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Eu procuro o meu lugar;
Lugar que eu possa me encher de silencio

Estrada de flores

Não me encontro neste dia;
O meu nome não é o mesmo;
A cidade está vazia;
A minha vida está tão cheia;


Ouço a voz de uma montanha;
Me dizendo prá partir;
Dessa gente que não explode;
Que não sabe sorrir;


Eu vou, vou pegar uma estrada estranha;
Eu vou me perder de vez no meu país;
eu vou mergulhar no mar os meus problemas;
Eu vou respirar.


Tomo vento no meu corpo;
Sinto o sol e a maresia;
Me completo pouco a pouco;
Eu me enxergo neste dia;


Eu agoro vejo flores;
Já sou parte desse mundo;
Faço pouco do meu tempo;
Limpo as rugas do meu rosto.
Karyme Hass